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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Com juros de 238% cartões de crédito lideram queixas

por OSVALDO JÚNIOR


Com a maior taxa média de juro do mercado (238% ao ano), os cartões de crédito tiram o sono de muitos campo-grandenses. Apenas no ano passado, 776 pessoas procuraram a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MS) para reclamar das operadoras de cartão. Queixas quanto às taxas de juros, cobrança indevida e prestações em atraso somam 582, 75% do total das reclamações relativas a cartões de crédito. O juro médio praticado pelas administradoras de cartão de crédito é mais de 20 vezes superior à taxa básica de juros, a Selic, que até ontem estava em 11% ao ano.

Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que as taxas de juros médias para operações de crédito para pessoa física registraram em dezembro as maiores quedas desde 1995. O crédito rotativo dos cartões de crédito, no entanto, manteve-se estável em 10,69% ao mês ou 238,30% ao ano. “Como os juros dos cartões são muito elevados, o consumidor deve criar o hábito de ler o contrato antes de aderir a uma operadora”, orienta o superintendente do Procon-MS, Lamartine Ribeiro.

Ele observa que a diferença cobrada do consumidor pelas operadoras de cartão corresponde a um empréstimo. “Na verdade, as operadoras estão financiando para a pessoa o pagamento restante”, diz. Como se trata de financiamento, o aconselhável é o consumidor buscar outra forma de crédito. “Se a pessoa não tem dinheiro suficiente para pagar o valor total da conta do cartão, ela deve buscar, então, empréstimos com juros menores”, acrescenta.

“Juro é o preço do dinheiro”, define o superintendente. Conforme ele, o consumidor deve dispensar aos juros o mesmo tratamento que dispesam a qualquer produto. “Da mesma forma que a pessoa pesquisa o preço do pão, por exemplo, deve também pesquisar os juros”, afirma.

Ainda elevado
Em relação a 2010, o volume de reclamações contra operadoras de cartões de crédito que chegaram ao Procon no ano passado recuaram 4,5% - em 2010, foram 813 queixas. A queda, no entanto, não é motivo para tranquilidade, segundo Lamartine Ribeiro. “Continua sendo um número elevado. O setor financeiro, que inclui as operadoras de cartão, é, hoje, o maior problema do consumidor sul-mato-grossense”, diz.

Nas reclamações de 2010, a maioria refere-se a altos juros e a formas de cobrança. Com 445 registros, a cobrança indevida é o tipo de queixa mais frequente, de acordo com o Procon. Em seguida, estão as taxas de juros, com 83 procedimentos. De acordo com o setor de estatística do Procon, esses dois assuntos, além do cálculo de prestação em atraso (com 83 citações), têm em suas origens discordâncias quanto ao juros cobrados.
Fonte: Correio do Estado - 18/01/2012

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